Houve uma época em que Frank Miller era Frank Miller. Ao longa da década de 80, junto com alguns que se tornariam de peso nos quadrinhos, Miller revolucionou e moldou a nona arte para que alcançasse os parâmetros de hoje em dia.
      Por parte de Frank, tivemos Batman – O cavaleiro das trevas; Batman: Ano Um; Demolidor; Homem-Aranha e diversas obras autorais. As mais marcantes foram 300 e Sin City, ambas adaptadas para o cinema.
      A mais recente adaptação é de Sin City – A Dame to Kill for, em uma tradução mais literal – Uma dama por quem matar. Porém tanto os quadrinhos quanto o filme receberam o nome em português de “A Dama Fatal”.
     Vale muito a pena dizer que Frank Miller hoje, não é o mesmo de ontem. Suas mais recentes obras, Holy Terror e Batman o cavaleiro das trevas 2 não representam o talento ou a importância deste autor para os quadrinhos. Talvez o macaco amestrado contratado para escrever as histórias para ele não tenha tomado todas as doses do remédio de Cesar.
     Porém aqui, Frank está em seu auge. Nem de longe parece ser o autor preguiçoso de “O Cavaleiro das Trevas 2”. Os textos característicos de Miller completam o desenho, que nem de longe é bonito, mas encaixa muito bem para a história passada na mais suja cidade dos quadrinhos. Os personagens aparecidos em histórias anteriores, e que aquele que não leu as revistas, mas assistiu ao filme conhece, fazem aparições aqui. Entretanto, essa é uma coisa muito positiva para Sin City. Mesmo que os personagens apareçam, a carga cronológica é bem leve, e mesmo sem ter lido as histórias anteriores ou assistido ao filme passado, a leitura não é prejudicada.
     Outra coisa importante a ser notada, é que Sin City é de 93. Início da revolução da década de 90, que prioriza traços mais exagerados e cores computadorizadas exuberantes. Na contra mão da tendência, Miller trouxe um quadrinho preto e branco e com um traço sujo e altamente estilizado. Mais uma prova da habilidade e relevância do autor.
     Mas e quanto a história em si? Dwight Mcarthy já é um velho conhecido de outras histórias e o filme anterior. Sempre metido em confusão por conta de mulheres e escolhas erradas. Sem poder correr o risco de revelar algum spolier, é complicado revelar mais sobre a revista, mas certo é: Muitos já tiveram aquela mulher que simplesmente virava sua cabeça, o levando a fazer as coisas mais absurdas em nome do desejo e do amor. Agora, imagine esse efeito em um cara com problemas de alcoolismo, morador de Sin City, e que é amigo de prostitutas armadas até os destes?
Vale a pena?
Sim, vale muito a pena!