Costumo dizes que o mundo se divide em dois tipos de pessoas: Os que buscam a zona de conforto, protegendo-se da tormenta e os que se arriscam, atirando-se no primeiro rio que cruzam. Não posso discordar que os primeiros tendem a ser mais bem sucedidos que os segundos. Pra estes, que se acomodam em um bom emprego e rotina, a vida pode ser menos amarga. Mais favorável e mundana.

Para aqueles que se arriscam a recompensa nem sempre vem, restando o sentimento de dever cumprido que lhes afaga a dor. Porém, quando este tipo de pessoa é recompensada, a vida é vivida de forma plena, realizada. Nada mundana . Mítica.


O novo filme do diretor David O Russell, que em 2012 nos brindou com O Lado Bom da Vida, conta justamente a  história de uma mulher que decide se jogar no rio da vida e arriscar-se no momento certo: A hora em que tudo dá errado.

Russell divide o roteiro de Joy: O Nome do Sucesso com Annie Mumolo. No filme eles contam a história de Joy (Jennifer Lawrence), uma menina criativa que cresceu sendo incentivada por sua avó Mimi (Diane Ladd) a tentar realizar seus sonhos. Porém um dia a vida chega e tenta destruir suas fantasias, esfregando em sua cara toda sua feiura e dureza. Joy amadurece, se casa, tem dois filhos, se divorcia e vê sua vida se tornar uma reprise da de seus pais. Inconformada com sua situação ela persiste em seguir os conselhos de Mimi e tenta mais uma vez, após fracassos sucessivos, fazer sua vida através de sua imaginação.

Quer saber o que ela fez? Isso eu não vou contar. Assista o filme e inspire-se se puder.


A produção do longa é arrojada  em todos os aspectos técnicos, fruto da experiência de Russell. O elenco principal, em sua maioria, já trabalhou com o diretor anteriormente, tornado o filme coeso.

Com estrelas de hoje e de sempre, Joy: O Nome do Sucesso conta com performances convincentes de Bradley Cooper, Édgar Ramírez, Robert De Niro, Isabella Rossellini e Diane Ladd. Jennifer Lawrence novamente surpreende. Vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz e Indicada ao Oscar por sua personagem, renova seu crédito como uma das mais promissoras atrizes de sua geração. A dobradinha com Cooper funcionou mais uma vez. Talvez o ator da Pennsylvania seja seu pé-de-coelho pessoal.

Joy: O Nome do Sucesso é um bom filme, como já disse inspirador, mas não é o melhor longa do ano, na verdade é bem despretensioso, mas com certeza é um dos mais honestos da temporada.



Marlo George assistiu, escreveu e se inspirou.