Keanu Reeves retorna aos tribunais no thriller Versões de um Crime

Após viver Kevin Lomax, um advogado ambicioso, na adaptação do livro de Andrew Neiderman, O Advogado do Diabo, de 1998, Keanu Reeves vive novamente um operador do direito em Versões de um Crime, segundo longa da diretora estadunidense Courtney Hunt.

A primeira opção para viver o protagonista do filme, o Dr. Ramsey, era Daniel Craig, mas o atual James Bond declinou pouco antes das filmagens começarem ― por motivos não revelados ― e o papel acabou caindo no colo de Reeves. Na minha opinião uma decisão equivocada, pois o personagem, tanto no que diz respeito à falta de escrúpulos, quanto figurino, lembra muito o amaldiçoado Lomax de Advogado do Diabo. Além do mais, a performance de Reeves deixa a desejar tanto quanto o roteiro.

Renée Zellweger. Retorno blasé e indigno de uma vencedora do Oscar

Versões de um Crime marca o retorno de uma irreconhecível Renée Zellweger, após seis anos de ausência e muitas plásticas no rosto. Isso porque esse filme está sendo lançado no Brasil com certo atraso. Nos EUA, Versões de um Crime é anterior à O Bebê de Bridget Jones, que entrou em cartaz no Brasil em setembro do ano passado. Sua performance é sem brilho e ela nem de longe se parece com a atriz que brilhou em Chicago (2002) e Cold Mountain (2003), que lhe rendeu um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

O longa traz ainda Gabriel Basso, um ator do Missouri, EUA, que é muito fraco apesar da carreira longeva. Ora, 10 anos de carreira para um rapaz que tem apenas 22 é tempo suficiente para ele mostrar alguma maturidade e experiência, mas desses dois requisitos ele carece. Mas nem tudo é uma tragédia. James 'Jim' Belushi pode até estar exagerado demais, mas convence. Já Gugu Mbatha-Raw completa o time principal sem maiores destaques.

Chato pra caramba, previsível ao extremo e fadado ao esquecimento, Versões de um Crime é, de longe, o filme de tribunal mais enfadonho que assisti na vida. O curioso é que o caso que está sendo julgado é interessante e o desenrolar da trama poderia ser objeto de discussões sobre o caráter e atitudes das personagens, mas o roteiro é tão ruim que todas as possibilidades são desperdiçadas nas pouco mais de 1 hora e 30 minutos de duração.



Marlo George assistiu, escreveu e acha que o 007 fez bem ao saltar fora dessa barca furada.