Dirigido por F. Gary Gray e com um elenco estelar de nomes como Vin Diesel, The Rock, Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, o rapper Ludacris, dentre outros, "Velozes e Furiosos 8" estreia deixando a principal dúvida no ar: até onde essa lucrativa franquia pode ir?

Outros limites
Mesmo que nos esforcemos bastante, existem duas verdades universais - em termos de cinema - que devemos aceitar: a) Existe o mundo real e b) Existe o mundo de 'Velozes e Furiosos'. E isso é inegável pois, por mais que achamos o contrário, a franquia não se passa no mundo "real", com seus conflitos anabolizados, visual deslumbrante e cenas de ação virtualmente impossíveis de acontecer. Mas o impossível é regra para essa turma. E em "Velozes e Furiosos 8", o impossível foi deixado para trás há muito tempo...

Na trama, mostra que, após uma merecida lua-de-mel em CubaDom (Vin Diesel) se junta a Cipher - cyber-terrorista "módafoca" interpretada por Charlize Theron -, trai seus amigos e, por um justo motivo, precisa ser detido pois o mundo inteiro corre perigo. Para detê-lo, o time terá de juntar-se ao vilão preso interpretado por Jason Statham...

Embora "Velozes e Furiosos 7" seja um filme bacana, divertido e ainda uma emocionante homenagem a Paul Walker - que faleceu num acidente enquanto o filme era produzido -, não se esperava um roteiro muito apurado. Foi apenas uma aventura descompromissada que, no máximo, nos fez acreditar que um carro podia realmente "voar".

Mas o oitavo capítulo da franquia não tem o mesmo charme. Culpa do roteiro escrito por Chris Morgan - baseado nos personagens criados por Gary Scott Thompson. Independente de não se esperar muito de uma história dessas, o motivo para reunir novamente essa amada equipe é bem fraco, forçado e nada atraente. A vilã Cipher (Theron) é rasa e não tem motivos plausíveis o suficiente, agindo maleficamente ~"porque sim". Em dado momento, parecia mais um filme da série 'G.I. Joe' - ou Comandos em Ação (e nem acharia ruim o nível de absurdo do roteiro, uma vez que seria algo baseado numa franquia de brinquedos e desenhos animados). A história ainda consegue desperdiçar o tempo de um dos elencos mais queridos da história do cinema. E ainda cria mais e mais personagens - e outros que já estão encaminhados para estrelarem os próximos capítulos dessa franquia.


E estranha-se que F. Gary Gray, um diretor que tem personalidade dentro do cinema de nicho, não conseguiu sequer imprimí-la neste filme, tornando-se algo que não se parece - nem um pouco - com uma película dirigida por ele. Pena.

"Mas, tio Kal, dá pra ver e se divertir, pelo menos?", pode você se perguntar. Bem, talvez. E agora, podemos acreditar que carros podem 'chover' (não é brincadeira). Tire suas próprias conclusões mas vá com a expectativa lá embaixo, ok?


Kal J. Moon não sabe dirigir. Mas gosta de carros esportivos. Vai entender...