Outros limites
Mesmo que nos esforcemos bastante, existem duas verdades universais - em termos de cinema - que devemos aceitar: a) Existe o mundo real e b) Existe o mundo de 'Velozes e Furiosos'. E isso é inegável pois, por mais que achamos o contrário, a franquia não se passa no mundo "real", com seus conflitos anabolizados, visual deslumbrante e cenas de ação virtualmente impossíveis de acontecer. Mas o impossível é regra para essa turma. E em "Velozes e Furiosos 8", o impossível foi deixado para trás há muito tempo...
Na trama, mostra que, após uma merecida lua-de-mel em Cuba, Dom (Vin Diesel) se junta a Cipher - cyber-terrorista "módafoca" interpretada por Charlize Theron -, trai seus amigos e, por um justo motivo, precisa ser detido pois o mundo inteiro corre perigo. Para detê-lo, o time terá de juntar-se ao vilão preso interpretado por Jason Statham...
Embora "Velozes e Furiosos 7" seja um filme bacana, divertido e ainda uma emocionante homenagem a Paul Walker - que faleceu num acidente enquanto o filme era produzido -, não se esperava um roteiro muito apurado. Foi apenas uma aventura descompromissada que, no máximo, nos fez acreditar que um carro podia realmente "voar".
E estranha-se que F. Gary Gray, um diretor que tem personalidade dentro do cinema de nicho, não conseguiu sequer imprimí-la neste filme, tornando-se algo que não se parece - nem um pouco - com uma película dirigida por ele. Pena.
"Mas, tio Kal, dá pra ver e se divertir, pelo menos?", pode você se perguntar. Bem, talvez. E agora, podemos acreditar que carros podem 'chover' (não é brincadeira). Tire suas próprias conclusões mas vá com a expectativa lá embaixo, ok?
Kal J. Moon não sabe dirigir. Mas gosta de carros esportivos. Vai entender...