The Titan é o novo filme com Sam Worthington, astro que é conhecido por A Fúria de Titãs (2010) e A Fúria de Titãs 2 (2012). Não! Não se trata de mais uma aventura épica baseada em contos e poemas gregos antigos, mas o retorno do ator ao gênero sci-fi.

Pois é! Outrora Worthington já foi um half-terminator no futuro e serviu como cobaia de um experimento para tornar-se um ser alienígena e azulado que parte para ir viver em um ambiente estranho. Ora! Quem não se lembra de  O Exterminador do Futuro: A Salvação e Avatar, ambos de 2009?

Então! Dessa vez o ator encarna o tenente Rick Janssen, que no ano de 2048 decide participar de um projeto que irá fazer dele um super-soldado cuja missão é tornar-se uma aberração da natureza humana capaz de suportar o clima e as adversidades da lua Titã de Saturno, possível refúgio dos terráqueos — caso a experiência seja bem sucedida, é lógico.

Como se não bastasse o filme trazer o termo "titã" no título, o ator ainda topou interpretar, novamente, um humano "aprimorado" que tem a missão de ir viver em um ambiente hostil. Pelo visto a firma que o agencia não é muito boa.

Aliás, Sam Worthington também não é lá um grande ator. Trata-se de um sujeito atlético sem qualquer dote dramático, como restou novamente comprovado em The Titan. Apático, é incapaz de transmitir emoção mesmo quando a cena favorece, lembrando muito alguns atores de antigamente, como Steven Seagal, por exemplo, que permanecem na memória afetiva dos fãs pelos motivos errados.


Mas a falta de originalidade não resta apenas na condução errônea de carreira do ator protagonista, o roteiro também é bastante genérico, apresentando personagens clichês, desinteressantes e pouco desenvolvidos. Não há nada que se destaque na trama, o que é um pecado quando se trata de ficção científica.

A direção de arte, assinada por Gemma Fauria, é correta, mas parece que carece de mais investimento, o que acontece também em outros departamentos como de figurino, efeitos especiais e visuais.

A maquiagem é ótima, as "criaturas" ficaram bem reais e não destoam, mesmo quando o set está bem iluminado. Isso inclusive não justifica uma tomada desnecessariamente enorme e escura que faz parte do terceiro ato do longa. Se era pra criar clima, falhou, pois fica claro que não era pra disfarçar defeitos no trabalho de maquiagem. Eu assisti o filme em meu iPad e tive que ficar sacudindo-o, pra-lá e pra-cá, tentando achar um ângulo no qual a cena ficasse visível. Essa falta de tato do diretor, que sabia que The Titan era um produto destinado ao público de streaming, escancara seu péssimo trabalho ao dirigi-lo. Mas isso também fica evidente no modo como os atores estão indiscretamente desconfortáveis em cena. As cenas nas quais a hypada Taylor Schilling e o mitológico Tom Wilkinson dividem o palco estão muito aquém de seus talentos. Este é o primeiro longa-metragem de Lennart Ruff, que só dirigiu quatro curtas na vida, sendo o último lançado no longínquo ano de 2014.

Caiu na mão errada.

Entre re-assistir The Titan e aceitar virar um monstro pálido destinado a viver em uma lua no meio do nada, aceito a segunda opção.



Marlo George assistiu, escreveu e chegou à seguinte conclusão: Como nada é impossível, vai que o agente do Worthington não arruma uma vaga pra ele numa futura, porém ainda não prevista, versão de Os Dragões de Titânia, saga fantástica do nosso querido escritor Renato Rodrigues. Não, mudei de ideia, ele é péssimo! Se rolar é melhor escolher outro Cronos.