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Canção construída a partir de um poema "Canto I" - de Ezra Pound, em tradução de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos -, a música revela o Brasil que o músico e compositor vê diante de si. "Chegamos ao limite da água mais funda", canta Jards num de seus versos que se repete ao longo da construção sonora marcada pelos violões de Jards e Kiko Dinucci, além do baixo de Pedro Dantas, bateria de Thomas Harres e guitarra de Guilherme Held.
O texto duro e desesperançoso da canção, que caminha às vezes sobre, às vezes sob uma densa convenção rítmica aberta pela guitarra de Held, e entrecortada pela bateria de Thomas, chega, na segunda parte da música – essa de acento mais lírico e melódico – a uma certeira síntese, com o literal afogamento do canto de Macalé.
Processo criativo
Num estágio já avançado do processo do álbum, já quase no fim da gravação do disco, enquanto todos escutavam a gravação de "Trevas", Jards saiu da sala sem avisar para buscar na lanchonete do estúdio uma bacia com água. Retornou ao modo Macalé de ser, bradando ao técnico: "Microfone essa bacia, porque eu vou testar uma coisa!". E sem ter comunicado a ninguém sua ideia, enfiou a cara na bacia com água e cantou a letra da segunda parte, além de fazer um improviso vocal durante o solo de guitarra.
"A mim, pessoalmente, se tivesse me contado sua ideia, certamente teria tentado dissuadi-lo de realizá-la, por talvez achar redundante e ingênua a tentativa de emular o trecho da letra que diz 'Chegamos ao limite da água mais funda' debaixo d'água", comenta Rômulo Fróes, diretor artístico do trabalho. "Mas o fato é que esse procedimento não apenas injetou um veneno que Macalé tanto queria para essa parte, como criou novas metáforas nada ingênuas. Foi mais um dos muitos ensinamentos que Macalé nos presenteou de modo nada didático, durante todo o processo do disco. Coisas de um artista verdadeiro!", completa o diretor.
"'Trevas' é sobre o Brasil do futuro. Chegamos ao poço mais fundo, chegamos ao limite, chegamos ao Brasil de 2019", comenta Jards. O novo álbum é o primeiro a reunir composições inéditas desde 1998, quando o artista lançou "O Q Eu Faço É Música". Além de Capinam, parceiro de longa, o trabalho reúne novos nomes do cenário brasileiro como Ava Rocha, Tim Bernardes, Clima, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Rômulo Fróes e Thomas Harres.
O projeto foi selecionado pelo selo Natura Musical por meio do edital 2017, com o apoio da Lei Rouanet. "O patrocínio do programa a este novo trabalho do Jards reverencia todo o legado que o artista ajudou a construir para música brasileira e aposta no que a ousadia dele é capaz de impulsionar. Jards tem o dom de instigar, provocar e inquietar. E essa injeção de vida é mais do que necessária para este momento e para o futuro da música", diz Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura.
Fonte: Natura Musical (via press-release)