Estrelado por Scott Foley, Lauren Cohan e Tyler James Williams, "Whiskey Cavalier" é o novo seriado de ação da Warner Channel, que estreou em março de 2019 e é exibido às segundas-feiras.


Tira mau, tira péssimo
Este é o mais novo seriado sobre espionagem onde operativos do FBI e da CIA são forçados a colaborar por conta de um objetivo comum - pelo menos, no primeiro episódio.

Sim, este é um tema batido e a também manjada inversão de papéis entre o que é convenção sobre masculino e feminino, viril e sensível, além do trinômio ação-compreensão-estratégia que, infelizmente não acrescenta nada ao que já foi feito em "Jogo Duro" ou "Dama de Ouro", por exemplo.

Na trama, conhecemos o agente do FBI, Will Chase (Foley), ex-piloto da Marinha, estudante universitário de poesia e que usa o codinome Whiskey Cavalier. Apesar de ter um lado bruto e formação militar, Will possuí também um lado sensível. O agente será designado para uma missão que o ligará a uma agente da CIA, Francesca “Frankie” Trowbridge (Cohan), logo após o rompimento de um relacionamento. A única informação de Frankie após sua saída de Langley é seu codinome, Fiery Tribune, e que sustenta o mais alto recorde de capturas como um espião do CIA, além de possuir problemas para estabelecer laços pessoais, um passado oculto e um domínio letal de artes marciais.

Forçados a trabalhar juntos, os protagonistas compartilham a custódia de uma equipe de superespiões internacionais formada por: Susan Sampson (Ana Ortiz), melhor amiga e companheira de quarto de Will e a mais prestigiada especialista em perfis do FBI; Jai Datta (Vir Data), confidente de Frankie, que esconde um talento meticuloso por trás de sua elegância informal; e finalmente, Edgar Standish (Williams), um falso analista da National Security Agency, sequestrado pelos russos por roubar dados confidenciais.

Mesmo que a ideia nem seja necessariamente ruim - porém muito mal executada - , o clichê até funcionaria bem se as personagens ao menos fossem cativante (o que claramente não é o caso aqui), para que o espectador possa criar interesse em acompanhar as desventuras desses agentes.


Misto de comédia, e ação, com cenas de peripécias muito mal dirigidas e repletas de piadas que não funcionam em momento algum, é um seriado que talvez não tenha uma longevidade extensa caso não acrescente algo digno de atenção.

(Isso sem contar o uso aleatório de algumas canções pop - num repertório confuso entre Bonnie Tyler e AC/DC - sem o menor propósito narrativo, apenas porque, supostamente, a cena "pede"...)

Ainda complica o fato do roteiro abusar de situações absurdas como alguém arrancar um dente sem anestesia e não revirar-se em dor ou ter uma hemorragia lancinante. Ou, num dos  inúmeros diálogos expositivos da trama, alguém dizer que a bala atravessou o corpo de uma das personagens para, logo em seguida, dizer que precisa retirá-la (ué?)...

Nem mesmo a participação de Tyler James Williams - mais conhecido como o Chris do seriado "Todo Mundo Odeia o Chris" (e que está a cara de Eddie Murphy no primeiro "Um Tira da Pesada") -  tem algum momento interessante, servindo apenas como um inoperante alívio cômico , sem um roteiro à altura de seu talento...

"Whiskey Cavalier" propõe-se como diversão escapista, mas não possui personagens relevantes, a trama é óbvia desde a primeira cena, possui tomadas de ação mal elaboradas - a ponto de chegarmos a nos perguntar em que momento alguns personagens recuperaram a posse de arma - e elenco que perdido que a canhestra direção deste episódio piloto. Assista por sua conta e risco.



Kal J. Moon não ouviria Bonnie Tyler se estivesse triste. É golpe baixo...