Nova produção da Happy Madison é de rachar o bico
O novo longa da Netflix em parceria com a produtora de Adam Sandler, Happy Madison, é uma bobagem assumida. O filme é tão bom que ele te engana, fazendo-o pensar que se trata de mais um daqueles longas que achamos tão ruins que se tornam bons. Mas ao contrário, A Missy Errada é um filme muito bom. Tão bom, que achamos que estamos errados em achá-lo tão bom, o que nos faz pensar que ele deveria ser ruim. Porém, ele é muito bom e isso é uma realidade, por mais que se tente negar.
Deu pra entender?
Este filme é uma daquelas coisas que só acontecem a cada alinhamento estelar pra despertar Cthullu. É algo simplesmente raro. Um filme cujo arrojo em ser tosco é tão refinado que o catapulta para o status de clássico da comédia sem dúvida alguma. Ele pode ter destaque na prateleira, ao lado de Um Príncipe em Nova York, Dodgeball, Austin Powers, Fargo e Matadores de Velhinha.
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Olha o Hurley no avião de novo, kkkk |
E o maior motivo disso é a estrela do filme: Lauren Lapkus.
A americana de Illinois é muito engraçada e tem um rosto exótico, perfeito para o papel. Sua beleza estranha incomoda e tudo que sai de sua boca, constrangedor. É impossível não sentir pena, vergonha alheia, raiva, empatia e carinho pela personagem que é muito bem construída. Spade foi a escada perfeita para Lapkus.
O roteiro é engenhosamente escrito pelos roteiristas Chris Pappas e Kevin Barnett (Zerando a Vida). A dupla realmente conseguiu pegar tudo que há de horrível em viagens para reuniões corporativas, já estive em algumas e são um pé-no-saco, e elevaram à máxima potência. E o engraçado é que o filme tem mérito de quase não ter clichês.
A Missy Errada só tem uma piada sem graça, e nem foi proposital. Em uma das cenas Missy faz uma referência à dupla de mágicos Siegfried e Roy. Cinco dias antes do filme entrar na grade da Netflix, Roy faleceu em decorrência da atual pandemia que vem assolando o mundo estes dias. Uma pena.
Assista A Missy Errada. Se não gostar, desculpe-me, talvez ( eu disse "talvez") você seja chato.
Marlo George assistiu, escreveu e riu demais