Dirigido pelo atual rei do terror James Wan, estrelado por Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young, Michole Briana White e grande elenco, "Maligno" regurgita, mais uma vez, grandes clichês do suspense para um público mais jovem. Será que funcionou? Que bom que perguntou...


Eu sei o que vocês fizeram no terror passado...
Assistir "Maligno" é rever, pelo menos uns cinco ou seis filmes de terror ao mesmo tempo. Assassino que ataca enquanto uma das vítimas vê tudo durante um pesadelo? Temos. Dupla de detetives que investiga sem muito interesse - a mulher não acredita em sobrenatural enquanto o homem... Temos. A casa de nossa heroína pode ter grande importância na trama? Temos. O assassino pode ter uma imensa ligação com o passado de nossa heroína - ou algo mais? Temos. Cenas de luta corporal que beiram o impossível? Ô, se temos... Este filme é um verdadeiro caldeirão de referências - até a trilha sonora se utiliza de um remix de "Where's My Mind" (da banda Pixies mas com um arranjo bem sombrio executado por Safari Riot). O roteiro escrito por Akela Cooper - baseado na história "criada" pelos próprios Wan, Cooper e Ingrid Bisu - não se leva tão a sério quanto deveria. Ou talvez seja essa mesma a intenção, vai saber...

Na trama, durante pesadelos causados pela paralisia do sono, Madison tem visões chocantes de assassinatos horríveis. E tudo piora quando ela descobre que esses verdadeiros pesadelos, sonhados à luz do dia, se tornam, de fato, realidades aterrorizantes. Enquanto investiga - com a ajuda de sua irmã e de uma dupla de detetives -, descobre que a resposta pode estar num fato do passado que ela própria desconhecia (ou será que não?).


O próprio elenco, em determinadas cenas, parecem estar se divertindo mais do que se imaginaria num filme do gênero. Porém, isso não estraga a experiência. Apenas transforma-se em outro jeito de assistir esse tipo de história. E acredite: a audiência vai GARGALHAR em algumas cenas. Sem exagero.

(Reparem na cena da cela de mulheres na delegacia)

Entre os quesitos mais técnicos, destaque à cromática direção de fotografia capitaneada por Michael Burgess (do recente "Invocação do Mal 3"), intercalando ângulos comuns a outros mais elaborados, construindo um storytelling sólido numa trama tão doida quanto esta.


Em relação à "solução" do mistério da trama, é virtualmente impossível discorrer sem dar qualquer tipo de spoiler. Portanto, os parágrafos a seguir mencionará uma informação bem importante e, caso ainda não tenha assistido o filme no cinema, pule para o final da crítica.

(mas se, ainda assim, você quer saber, selecione os parágrafos a seguir com o mouse)

↓ INÍCIO DA ÁREA DE SPOILER 

"Maligno" explora uma ideia que parece saída do cultuado seriado "Arquivo X". Uma ideia que parte de um princípio científico mas que se desenvolve, sem muita plausibilidade em relação ao mundo real, apenas para efeitos da trama fantástica que se desenrola a partir do fato de que uma mulher sofre um estupro, engravida e gera gêmeos que, quando nascem, um deles tem uma má formação e acaba tendo de ser extirpado para que a outra criança possa sobreviver. Mas como a operação não foi feita adequadamente mas sim por profissionais agindo na surdina, algo dá errado mais de trinta anos depois.

Só por essa explicação fica claro que, se a mulher que deu a luz a esses gêmeos tivesse 
simplesmente feito um aborto, a trama do filme teria terminado em cinco minutos... (pois é)

 FIM DA ÁREA DE SPOILER 

Para quem já está acostumado com as tramas clássicas do cinema de terror, "Maligno" apresenta pouquíssima novidade em relação ao gênero. Mas entretém. Já as novas gerações podem achar estimulante essa mistura de referências justamente por não terem esse respaldo histórico. E, claro, têm uma nova franquia para chamar de sua.

Resumindo: funciona para ambos os públicos, se tiverem um pouco de paciência em relação ao clichê pois a recompensa está justamente em saber a origem do "monstro". 




Kal J. Moon tem medo do preço da carne e da conta de luz. É de arrepiar!



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