Criado e escrito por James Gunn, estrelado por John Cena (foto), o sétimo episódio do seriado "Pacificador" segue rumo a seu final melhorando consideravelmente a trama. Curiosamente, este é o único episódio que não é dirigido por Gunn mas ainda sente-se sua pesada mão e aura como se estivesse bem perto da produção... 


O caminho mais longo e pedregoso
Mesmo apostando na fórmula implementada desde seu primeiro episódio, "Pacificador" começa a maratona até seu desfecho (e também a fazer sentido) - mas é como se essa maratona tivesse começado a uns 15 minutos e ainda haja um um longo trecho de estrada a ser percorrido.

Na trama, o pai do Pacificador (Robert Patrick) veste o traje do super-vilão Dragão Branco e, junto a seus asseclas supremacistas brancos (leia-se racistas ao estilo Ku Klux Klan), sai à caça de seu filho com a missão de matá-lo por ser responsável por sua prisão - e também para resolver um trágico dilema do passado num embate que não deixará pedra sobre pedra. A atrapalhada equipe formada por Amanda Waller (Viola Davis) precisa fugir pois os oficiais da delegacia local estão possuídos por uma raça alienígena (as tais "borboletas") e estão em seu encalço por conta da "mente compartilhada" que têm com um dos membros da equipe.

Enquanto que, por mais de cinco episódios, o seriado apostou num humor rasteiro e totalmente sem graça, agora chegou a hora de pintar essa tela com tintas mais escuras para levar a trama numa direção mais sombria que se imaginava a princípio. Pelo menos um momento bem específico próximo do fim do episódio deve emocionar o espectador, onde vemos um personagem ajustando contas com seu passado turbulento. Ainda assim, vemos o roteiro "emburrecer" alguns personagens para que o protagonista se destaque em muitos momentos - e ver personagens originalmente brilhantes nos quadrinhos virarem verdadeiros patetas "marvelizados" sem razão aparente além da galhofa ainda é de matar...

(Pelo menos, tivemos uma esperta homenagem visual a um dos filmes da saga Indiana Jones - só vendo para entender - e novamente outra menção visual a uma cena de "Madrugadas dos Mortos", filme de zumbis dirigido por Zack Snyder e escrito vocês sabem por quem...)

O episódio ainda conta com boas cenas de ação - as melhores até agora e mais realistas -, além de ir direto ao assunto, sem parar muitas vezes para contar as tais "piadas de tiozão". Destaque para os efeitos especiais desenvolvidos para Eagly, a águia-mascote de estimação do Pacificador, que rende cenas impressionantemente reais.

Também tivemos não só um vislumbre mas a revelação de todo o mistério que envolvia a trama - que já havia sido revelado VERBALMENTE mas agora, de forma bem didática, diversas cenas mostrando o que de fato ocorreu no passado do protagonista para que ele esteja em crise de consciência - cuja resolução não é nada bonita de se ver (além de ser bem preguiçosa) -, além da revelação de onde os alienígenas se alimentam (a tal "vaca" mencionada nos episódios anteriores). 

Uma curiosidade que deve ajudar a quem não estiver entendendo parte da história e estranhando a lamentação pelo passado do personagem Pacificador, basta pegar a tradução de algumas canções (ver lista abaixo) que aparecem durante os episódios (principalmente "House of Pain" - da banda Faster Pussycats - e "Home Sweet Home" - da banda Mötley Crüe). Isso reforça a ideia de que Gunn provavelmente quis fazer na verdade uma espécie de ópera-rock oitenta-noventista disfarçada de obra baseada em gibi de super-heróis para falar sobre preconceito, depressão pós-luto, conflito pai e filho, sobre buscar seu papel (e sua voz) na sociedade sendo "diferente"...


Faltam pouco para o fim e fica a dúvida: ou veremos um encerramento épico para essa história (que enrolou bastante para chegar até aqui) ou essa história não acabará e teremos uma continuação, com esse atrapalhado e improvável grupo de "heróis" sendo a única esperança para salvar o mundo de uma invasão alienígena. Mas essa não era a trama do recente filme "O Esquadrão Suicida"? Pois é...



Kal J. Moon se lembra de "Santos Justiceiros" e não acha esse filme bom de forma alguma...


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