Após quatro anos, o casal Spitz está novamente às voltas com morte, mistério e muita confusão no aguardado "Mistério em Paris", continuação de "Mistério no Mediterrâneo" (2019). Mas o maior mistério de todos: é bom?

Elementar, minha cara Srta. Green.
Adam Sandler e Jennifer Aniston reprisam seus papéis de Nick e Audrey Spitz em seu mais recente trabalho lançado pela plataforma paga de streaming Netflix. E aqui você lerá a mais breve e sucinta crítica a uma obra cinematográfica: é um típico filme do Adam Sandler. Dessa forma, fica bem simples se decidir por assistir ou não à produção, uma vez que é algo muito positivo para a ampla base de fãs do ator e proporcionalmente negativo para os que rejeitam suas obras.

Daqui por diante, tudo será limitado a trazer alguns detalhes que atestam a qualidade do filme. A começar pela ideia de dar continuidade ao seu bem sucedido antecessor satisfazendo a expectativa de um público fiel. Prova disso é ter alcançado instantaneamente a primeira colocação na audiência da plataforma logo nas primeiras 24 horas de exibição e ainda trazer o filme anterior para o terceiro lugar. Desta vez o casal de atrapalhados detetives é convidado para o casamento de seu amigo bilionário, o Marajá Vikram (Adeel Akhtar, "Enola Holmes 2"), que acaba sendo sequestrado levando-os a uma eletrizante aventura pela Cidade Luz.

O afiado elenco é uma grata atração, reunindo nomes como Mélanie Laurent ("Bastardos Inglórios"), Mark Strong ("Cruella"), Jodie Turner-Smith ("Ruído Branco"), John Kani (do live action de "O Rei Leão"), Kuhoo Verma ("Plano B"), Dany Boon ("Mais que Amigos: Vizinhos") e Enrique Arce (da série "La Casa de Papel"). Todos muito bem em seus papéis, cumprindo a função de cada tipo bem típico de tramas de mistério detetivesco. O detalhe negativo - e é recomendável que quem não quiser receber um spoiler, pule para o próximo parágrafo - é que justamente a escalação do elenco acaba com uma possível reviravolta da trama.

Inclusive outro ponto contra a obra é o fato de não trazer qualquer novidade ao gênero que, como a maioria, tem seus clichês que são justamente os responsáveis por suas principais características. Entretanto, sempre existe a expectativa de que algo surpreendente possa renovar a experiência de se desvendar um mistério. De fato, a competente direção de Jeremy Garelick (da minissérie "Melhor. Pior. Finde. De. Todos.") conduz bem a história escrita por James Vanderbilt (do recente "Pânico VI") mantendo o interesse do espectador durante quase uma hora e meia de exibição. Tudo contado de forma bem simples, direta e linear, sem reviravoltas desnecessárias e parecendo mais uma comédia de ação do que realmente uma trama de mistério.

A unidade da produção é tão competente na parte técnica, que chega a passar despercebida. Ou seja, tanto fotografia (Bojan Bazelli, "Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar"), quanto a trilha sonora (Rupert Gregson-Williams, "Time do Coração"), passando pelo figurino (Debra McGuire, "Sonic 2"), a edição (Tom Costain e Brian M. Robinson, "Arremessando Alto") e a direção de arte (Robert Cowper, "O Homem do Norte") fazem tão bem seu trabalho que contribuem de maneira ostensiva e orgânica na imersão da trama. O destaque fica por conta dos efeitos especiais comandados por H. Barclay Aaris (do recente "Trem-Bala"), que não deixam a desejar em nada para as melhores obras de ação.

Por fim, "Mistério em Paris" é diversão garantida do início ao fim para quem busca um entretenimento sem compromisso com a já conhecida grife da Happy Madison Productions de Sandler. Quer dizer, quem precisa de um passatempo na medida certa para escapar dos problemas e dificuldades da vida real, vai encontrar o que precisa em mais essa aventura dos Spitzs e que parece prometer mais.


Antonio Carlos Lemos só assiste a filmes do Adam Sandler dublados com a característica "voz de Joxer" do grande Alexandre Moreno que é a verdadeira voz do ator.


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