Novas aventuras, ameaças e os mesmos velhos problemas. Mestres do Universo: A Revolução é a "nova" bobagem animada da Netflix baseada no super-herói He-Man

As duas partes da animação Mestres do Universo: Salvando Eternia, lançadas em 2021 no serviço de streaming Netflix, desagradou os fãs. Ouso dizer que não foi o caso de ter havido uma divisão no fandom. A animação, tocada para a empresa do TUDUM pelo cineasta Kevin Smith (O Balconista, Pagando Bem, Que Mal Tem?), não conseguiu atingir seu público alvo.

Deste modo, acreditava que a sequência das aventuras de He-Man e seus amigos em Mestres do Universo: A Revolução, nova série da mesma franquia, corrigisse esses problemas com precisão cirúrgica. Mas isso não aconteceu.


A animação dos episódios de Mestres do Universo: A Revolução piorou em comparação com a de Mestres do Universo: Salvando Eternia. Os movimentos não são fluídos e isso fica ainda mais escancarado nas cenas de ação. Mesmo estando muito abaixo do esperado, a animação não é o único problema. Mestres do Universo: A Revolução tem um ainda maior: O roteiro é ruim.

A trama começa exatamente no mesmo ponto em que terminou a segunda temporada de Mestres do Universo: Salvando Eternia. Porém, após a enxurrada de críticas, especialmente dos fãs, sobre a pequena participação de He-Man e protagonismo de Teela na primeira série, a importância do príncipe de Eternia e da filha do Mentor foi balanceada. 

Há duas linhas narrativas durante esta primeira temporada da série. Elas se desenrolam paralelamente, para encontrarem-se em um final apoteótico, como em toda boa série animada. Porém, não é isso que acontece, e a única coisa "apoteótica" é a bagunça que é este roteiro. 

Enquanto He-Man precisa lidar com problemas sucessórios enfadonhos (e que ninguém pediu, e só estão lá pra dar tempo de tela pro herói), Teela está em uma busca previsível e desinteressante para angariar poder e resolver problemas que foram causados na série anterior. Tudo termina com muita aventura, ação, explosões e uma decisão absurda tomada por He-Man que destoa das origens dark fantasy deste universo ficcional, que tem como fonte primária os contos de Robert E. Howard, H.P. Lovecraft e obras de space opera como Perry Rhodan e Star Wars

Além disso, Kevin Smith, que trabalhou como revisor do roteiro, possivelmente remendou o roteiro original para supostamente adequá-lo às demandas dos fãs, o que criou inconsistências na trama e diálogos constrangedores. Ser forçado pelo script à imaginar o meu herói de infância de "barraca armada", porque duas personagens femininas disputavam um macho com o inequívoco propósito de desanuviar a impressão - deixada na primeira série -, de que uma delas seria homossexual foi bastante incômodo. Por Eternia...


Como tudo que já está ruim, pode piorar, ainda tiveram a "genial" ideia de trazer de volta uma personagem desnecessária do horroroso filme live-action Mestres do Universo, de 1987, com Dolph Lundgren.

O som e a trilha sonora, composta por Bear McCreary, são impactantes. O design de personagens e desenho de produção são belíssimos e condizentes com o que se espera de uma produção baseada na linha de brinquedos da Mattel. E não posso deixar de falar do elenco de voz internacional que traz estrelas de primeira grandeza do universo POP, sendo estas as únicas qualidades desta tragédia. E não estou me referindo ao gênero teatral. Passe longe!



Marlo George assistiu, escreveu e é uma caveira marombada fluorescente

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