O anime O Exterminador do Futuro Zero, recém-lançado na Netflix, sofre de uma execução decepcionante, especialmente para os fãs da franquia original. A produção apresenta uma série de falhas em vários aspectos técnicos e criativos, comprometendo a experiência como um todo.
Embora a proposta de transformar a saga em anime fosse promissora, o resultado final deixa muito a desejar.
A animação é inconsistente, alternando entre momentos de ação fluida e sequências estáticas que parecem saídas de um jogo de videogame de baixo orçamento. Os efeitos de computação gráfica, que deveriam acrescentar imersão ao mundo futurista subcriado, parecem mal integrados ao ambiente 2D, resultando em uma estética desequilibrada e desajeitada. Muitas das cenas que deveriam ser visualmente impactantes acabam sendo confusas e difíceis de acompanhar devido a essa má execução técnica.
Porém, o grande problema da produção é o roteiro escrito por Mattson Tomlin (Mãe x Androides, Memórias de um Amor, Power), especialmente os diálogos. O enredo se arrasta, falhando em capturar a tensão e a urgência características dos filmes nos quais a série é baseada, enquanto os personagens carecem de profundidade e desenvolvimento emocional. Há um conjunto incômodo de diálogos expositivos desnecessários que subestimam a inteligência do espectador.
Há muito blá-blá-blá filosófico e um universo apresentado que é bastante copiado dos livros de Isaac Asimov, especialmente da Saga dos Robôs, composta pelos livros As Cavernas de Aço, O Sol Desvelado, Robôs do Alvorecer e Robôs e Império, porém sem a complexidade e o fascínio dessas obras.
Na trama, temos Malcolm Lee, um cientista que criou Kokoro (coração, em japonês), uma inteligência artificial cujo objetivo é parar a Skynet — rede de computadores que, na lore da franquia, é responsável pelo cataclismo mundial de 1997. Lee tem sua família envolvida diretamente nos eventos que levariam o mundo à ruína.
Além disso, a história incrementa demais os eventos do dia 29 de agosto de 1997, quando as máquinas tomam o controle e iniciam "o fim do mundo", criando linhas do tempo paralelas e uma sociedade já repleta de robôs em atividade, no Japão, contrariando o que já conhecemos da história contada nos cinemas.
A direção de Masashi Kudô (Bleach: Thousand-Year Blood War) é outro ponto fraco. A série parece perdida em sua tentativa de combinar a essência dos filmes de O Exterminador do Futuro com o estilo característico dos animes. O ritmo é mal ajustado, alternando entre sequências de ação que não entregam a adrenalina esperada e momentos dramáticos que falham em construir tensão. As escolhas narrativas são previsíveis e seguem uma fórmula cansativa, sem qualquer inovação que realmente atraia o espectador e, em especial, o fã da obra original.
Em resumo, O Exterminador do Futuro Zero é um esforço falho, prejudicado por problemas técnicos e uma direção incapaz de capturar a essência do que torna essa franquia tão icônica. Em vez de revitalizar a marca, o anime apenas a faz parecer datada e sem relevância.
Marlo George assistiu, escreve e não gosta de gatos. Nem mesmo robóticos
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