Carlos Diegues, conhecido como Cacá Diegues, faleceu na madrugada desta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, aos 84 anos. A causa da morte, segundo informações da Clínica São Vicente, onde Cacá Diegues estava internado, foram "complicações cardiocirculatórias" após uma cirurgia. O velório do cineasta será realizado neste sábado (15), na Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual Cacá Diegues era membro, sendo o Décimo ocupante da Cadeira 7. A cerimônia de cremação ocorrerá posteriormente, no Crematório do Caju.
O renomado cineasta brasileiro nasceu em Maceió, Alagoas, em 19 de maio de 1940. Sua paixão pelo cinema despertou ainda na infância, no Rio de Janeiro, onde cresceu e se formou em Direito pela PUC-Rio. Durante sua trajetória universitária, destacou-se como líder estudantil e fundou um cineclube, onde iniciou sua jornada como cineasta amador.
Diegues teve participação ativa na criação do movimento Cinema Novo, ao lado de grandes nomes como Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Seus primeiros longas-metragens, como "Ganga Zumba" e "A Grande Cidade", refletem o espírito inovador e engajado do movimento. Além de sua produção cinematográfica, Diegues também se dedicou ao jornalismo e à escrita, deixando sua marca como intelectual e crítico de cinema.
Cacá também foi enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, que em 2016 homenageou o cineasta com o samba “Cacá Diegues — Retratos de Um Brasil em Cena”.
Com uma vasta filmografia, Carlos Diegues dirigiu filmes marcantes como "Xica da Silva", seu maior sucesso de público, "Bye Bye Brasil", que retrata a diversidade cultural do país, e "Orfeu", uma adaptação moderna do clássico de Vinicius de Moraes. Ao longo de sua carreira, Diegues recebeu diversos prêmios e homenagens, como a Ordem das Artes e das Letras da França e a Medalha da Ordem de Rio Branco no Brasil, consolidando seu lugar como um dos mais importantes cineastas brasileiros de todos os tempos.
No último dia 21 de janeiro, Diegues escreveu um artigo para o jornal O Globo, intitulado, A Vida Vale a Pena, no qual fala sobre toda repercussão internacional do filme "Ainda Estou Aqui" e sua campanha em Hollywood. Ele ainda comenta a atuação de Fernanda Torres como Eunice Paiva no filme de Walter Salles. Descanse em paz.
Fonte: G1