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CRÍTICA [CINEMA] | "Bailarina", por Marlo George

Após o sucesso estrondoso de quatro filmes e uma série que passou discretamente no streaming, a franquia John Wick expande seu universo cinematográfico com "Bailarina", seu primeiro spin-off para as telonas. Protagonizado pela talentosa Ana de Armas, o filme chegou aos cinemas no início de junho, posicionando-se estrategicamente para evitar a concorrência de blockbusters como "Superman" e "Quarteto Fantástico", previstos para o próximo mês.

A direção ficou a cargo de Len Wiseman, que assumiu a cadeira de Chad Stahelski – o diretor responsável por todos os filmes da franquia principal e atualmente envolvido em diversos projetos de peso, incluindo o remake de "Highlander". A responsabilidade de Wiseman era imensa: entregar um produto à altura da reconhecida qualidade da saga. E, para a alegria dos fãs, a tarefa foi cumprida. "Bailarina" é um filme proficiente em seu gênero, entregando com maestria a dose esperada de pancadaria, sangue, violência gratuita e um roteiro sem grandes pretensões. Um deleite para os apreciadores do gênero.


A trama, que se desenrola entre os eventos de "John Wick 3 - Parabellum" e "John Wick 4 - Baba Yaga", apresenta uma história genérica, mas eficaz: a trama segue uma jovem que, após o brutal assassinato de seu pai, encontra refúgio e treinamento em uma escola de assassinas. Com o passar do tempo, enquanto amadurece e executa suas missões, ela se dedica incansavelmente a encontrar o responsável pela morte de seu pai, impulsionada pelo desejo de vingança. Essa premissa, que claramente ecoa a de "John Wick: Um Novo Dia para Matar", de 2017, serve como pano de fundo para a excelente estreia de Ana de Armas como a protagonista, Eve.

Mesmo com as participações especiais de Keanu Reeves (retornando como John Wick) e Norman Reedus, astro de "The Walking Dead", Ana de Armas consegue brilhar, mostrando ser uma atriz de ação sólida e promissora. "Bailarina", assim como "John Wick 2", deixa um gancho para continuações, que seriam bem-vindas, desde que consigam infundir mais originalidade em seu roteiro e diálogos mais inteligentes e menos piegas, já que algumas falas chegam a causar vergonha alheia. O texto é assinado por Shay Hatten e Derek Kolstad, dupla já conhecida na franquia.

Além de Reeves e Reedus, o filme conta com o retorno de Ian McShane, Anjelica Huston e Lance Reddick, em um de seus últimos trabalhos antes de seu falecimento em 2023. Esse trio estabelece uma conexão inestimável com as produções anteriores, com destaque para Anjelica Huston, cujo papel como "A Diretora" é aprofundado e desenvolvido de forma significativa. Os demais membros do elenco servem majoritariamente como "carne para o abate" de Eve, que é proeminente durante as duas horas de duração do longa.

Um ponto positivo é a forma como "Bailarina" se distancia das comparações esperadas com "Kill Bill", de Quentin Tarantino, e "Viúva Negra", o filme solo da Marvel Studios. Apesar de compartilhar tropos como a vingança e a dançarina assassina, o filme de Wiseman não é uma cópia. Não chega a ser tão inspirado quanto os clássicos de Tarantino, mas se revela muito mais divertido que a produção da Marvel lançada durante a pandemia.


A direção de fotografia de Romain Lacourbas ("The Witcher") mantém o alto padrão da franquia, e a edição de Jason Ballantine ("Superman", de James Gunn) e Nicholas Lundgren ("John Wick 4: Baba Yaga") preserva a estética esperada, integrando-se naturalmente aos demais filmes de John Wick. A trilha sonora, composta por Tyler Bates ("Deadpool 2") e Joel J. Richard, veterano da saga JW, é impressionante, elevando a tensão e a adrenalina das cenas de ação em um casamento perfeito. Os departamentos de som, efeitos especiais e visuais são igualmente convincentes.

Len Wiseman, com uma carreira que inclui sucessos em como "Anjos da Noite" e "Duro de Matar 4.0", e algumas séries de TV menos afortunadas, como "The Gifted" e "Monstro do Pântano", retorna em grande estilo com um produto de fácil assimilação. "Bailarina" atende perfeitamente ao público que busca muita ação, beleza e explosões, sem se importar com um roteiro simplório. Embora não se torne um clássico como o primeiro filme da franquia, "Bailarina" tem potencial para construir uma carreira longeva dentro do expansivo universo de John Wick.



Marlo George assistiu, escreveu e nunca soube qual a canção que tocava na caixinha de música — sem bailarina — que ficava no quarto de sua mãe...

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