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CRÍTICA [CINEMA] | "O Grinch", por Marlo George


Nono filme da Illumination Entertainment chega, finalmente, aos cinemas

Após um atraso de um ano, já que estava previsto para entrar em cartaz na temporada natalina de 2017, O Grinch estreia em salas de todo o mundo, porém chega cedo demais para "roubar o natal". Não posso afirmar, mas creio que a decisão de lançar o longa animado na janela de lançamentos de novembro se dê pelo fato de que o mesmo não teria condições de bater de frente com os futuros blockbusters do natal, como Aquaman, Bumblebee e O Retorno de Mary Poppins. Isso porque trata-se de um filme legalzinho, divertidinho, mas que não tem potencial de disputar as famigeradas bilheterias do período natalino.

Sem concorrentes do gênero atualmente nos cinemas, pode ser que O Grinch dê algum retorno.

Baseado na obra de Dr. Seuss, cujo trabalho não me agrada, assisti o filme policiando-me para não deixar que minha implicância com o material original afetasse minha experiência com a adaptação. O mesmo que fiz em 2004 quando adorei o excelente O Gato, com Mike Myers, outra produção Seussiana. De fato, minha expectativa baixa não atrapalhou minha impressão do filme, pois eu curti a animação, especialmente pelo fato de ser da Illumination, que já presenteou-me com clássicos modernos como Meu Malvado Favorito 1 e Minions. Acho o character design das personagens, que segue o mesmo estilo das produções anteriores, muito bem feito, pois é charmoso e tem aplicabilidade, funcionando muito bem enquanto está sendo animado. Visto que foram criados personagens de diversas dimensões, esse é um ponto que conta a favor.

A dublagem também ficou excelente, mas isso nada mais é do que o esperado. Afinal, a dublagem brasileira é muito profissional, mesmo quando atores sem muita experiência no ofício são escalados no elenco. O star talent da vez é nosso considerado Lázaro Ramos, que mandou muito bem como o protagonista do longa.


Um aspecto interessante é o fato de que em sua versão original, o Grinch é interpretado por Benedict Cumberbatch e não só a voz, mas os trejeitos, assim como as caras e bocas que a personagem animada faz remetem demais ao ator, considerado por 9 entre 10 cinéfilos um dos melhores da nova geração. O ranzinza adorável parece ter caído como uma luva na mão de Cumberbatch. Resta-me conferir isso na versão original.

Vale ressaltar que o filme tem basicamente a mesma premissa do longa live-action estrelado por Jim Carrey em 2000, porém é bem diferente em tom. Mas isso é uma vantagem, afinal, o filme com o ex-careteiro Carrey (que agora aposta em produções mais artísticas e menos cômicas) é bem menos divertido, diga-se de passagem.

A trilha sonora é chata demais, assim como as canções exploradas no filme. Pra falar a verdade, a aposta no gênero musical é um erro. Esse formato, animação musical, já anda desgastado, não tendo funcionado nem mesmo em Frozen: Uma Aventura Congelante (2013), filme que é chatérrimo, apesar de todo o sucesso que o longa, as personagens e, pasmem, as canções fazem até hoje.

De tudo, por tratar-se de um filme bom, O Grinch é um alívio para a Illumination e a Universal, cuja parceria vinha nos brindando, nos últimos anos, com filmes que variam do ruim ao péssimo, como é o caso de  Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016) e Meu Malvado Favorito 3 (2017), respectivamente.

Vale a pena dar uma conferida.



Marlo George assistiu, escreveu e gostaria de ver um filme de natal do Calvin & Haroldo. Mas o Watterson não deixa....