Com o intuito de reacender a chama da franquia "Predador", Dan Trachtenberg, três anos após o elogiado "O Predador: A Caçada", e às vésperas de "Predador: Terras Selvagens", retorna à direção em "Predador - Assassino de Assassinos" já está disponível no catálogo da plataforma paga de streaming Disney+. Desta vez, ele divide a cadeira com Joshua Wassung, diretor de efeitos visuais com um currículo que inclui produções fracassadas como "Dolittle" e "Madame Teia". Infelizmente, a aposta em uma animação se mostra um passo em falso.
Apesar de visualmente impressionante, "Predador: Assassino de Assassinos" tropeça de forma monumental em seu roteiro, assinado por Micho Robert Rutare com toques de Trachtenberg. A premissa, baseada nos personagens de Jim e John Thomas, divide a narrativa em três épocas distintas: a era viking, a era dos samurais e o que parece ser a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, a estrutura sugere uma antologia, com cada período introduzindo um novo personagem ao universo "Predador". No entanto, a tentativa de unificar essas histórias em um clímax final, onde os protagonistas de cada era se encontram após derrotar um Predador, resulta em uma conclusão pífia e desinteressante.
As três histórias introdutórias são extremamente fracas, e a união delas não consegue salvar o todo. O storytelling é precário e carece de qualquer nível de sofisticação, resultando em uma "historinha enfadonha", mesmo com a tentativa de inserir easter-eggs dos filmes anteriores.
A única coisa interessante do texto é a epígrafe inicial que traz uma novidade significativa para os fãs: é a primeira vez que o nome da espécie "Yautja" é oficialmente utilizado em um filme da franquia Predador. Anteriormente, o termo era conhecido apenas por meio do universo expandido dos quadrinhos, onde a espécie já era referida como "Yautja", enquanto nos filmes anteriores eles eram simplesmente chamados de "Predadores". Uma inovação interessante.
Onde "Predador: Assassino de Assassinos" acerta em cheio é na sua produção técnica. A animação, que se destaca como uma das primeiras produções a utilizar a tecnologia Unreal Engine, criada pela Epic Games e muito usada em jogos de videogame, demonstra um resultado bem satisfatório. A influência de produções como "Arcane" (Netflix) e da franquia cinematográfica "Aranhaverso" é evidente no estilo visual, entregando sequências de ação ultraviolentas e recheadas de sangue e gore que, sem dúvida, agradarão aos fãs do gênero.
Além disso, a dublagem merece aplausos. Com direção de Rodrigo Andreatto, tradução de Bianca da Costa e realizada no estúdio Media Access Company, o trabalho vocal conta com talentos como Lipe Volpato, Adriana Pissardini, Márcio Marconato, Fábio de Castro, Renato Márcio e Pedro Volpato, e é muito bem produzida, elevando a qualidade sonora da animação.
No fim das contas, "Predador: Assassino de Assassinos" é um exemplo clássico de um filme que prioriza a estética em detrimento do conteúdo. Embora a animação seja um deleite visual, a trama se revela um calcanhar de Aquiles, minando qualquer chance de criar uma experiência narrativa envolvente. Para aqueles que buscam apenas cenas de ação sanguinolentas e não se importam com um roteiro frágil, a animação pode até entreter. No entanto, para os fãs que esperam uma história coesa e cativante no universo Predador, a decepção é quase garantida.
Marlo George assistiu, escreveu e já xingou um Yautja de Grendel
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