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CRÍTICA [STREAMING] | "O Rei Macaco", por Antonio Carlos Lemos

 A lenda referenciada em "O Rei Macaco" é uma das mais conhecidas narrativas da mitologia chinesa. Inclusive, chegou a inspirar outras histórias que são bem populares aqui no ocidente como a famosa franquia "Dragon Ball". Agora, uma nova versão de sua origem chega como longa animado na plataforma paga de streaming Netflix.

Com a mão no galho alheio
Até certo tempo atrás, eram muito comuns adaptações de histórias da mitologia antiga, fossem de uma forma direta ou inseridas em contextos mais populares. O mítico herói grego Hércules, por exemplo, passou por esse processo, tanto com um longa animado da Disney (seguido de uma série animada), quanto como um membro integrante dos Vingadores nas páginas de histórias em quadrinhos da Marvel.

Agora, chega a vez do Rei Macaco ganhar mais uma adaptação ocidental, desta vez visando a um público evidentemente mais jovem. Com uma abordagem leve e divertida, mas ao mesmo tempo repleta de ação e com uma significativa mensagem sobre a importância da amizade e do companheirismo.

Uma trama bem simples, contudo muito bem traçada para narrar a jornada do protagonista em sua busca para se tornar um integrante do panteão dos mitológicos Imortais, enquanto se envolve em uma disputa com o Rei Dragão. Tudo muito bem apresentado em uma animação 3D, que impressiona por sua leveza e fluidez, proporcionando um visual extremamente atrativo. Vale mencionar que se trata de uma história de origem, que antecede "A Jornada para o Oeste", a mais difundida aventura do personagem.

A condução de Anthony Stacchi (mais famoso por ter dirigido "O Bicho Vai Pegar") para a história de Steve Bencich, Ron J. Friedman (ambos de "Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galore") e Rita Hsiao (de My Little Pony: O Filme) é muito competente, casando muito bem com o visual concebido pela equipe encabeçada por David Friedenstein (mais conhecido por "Sing - Quem Canta Seus Males Espanta"). A produção transcorre sem qualquer sensação de tempo perdido ou de que algum elemento seja desnecessário.

As sequências de ação são muito bem intercaladas com as mais dramáticas, além dos momentos cômicos muito bem dosados, sem que pareça uma produção abobalhada. Mérito compartilhado entre a direção e a edição de Pam Ziegenhagen (de "Abominável"). Tudo bem embalado pela trilha original de Toby Chu (mais conhecido por "Tá Dando Onda 2").

Vale mencionar que a produção não busca apenas cativar novas audiências para as típicas narrativas orientais. Também presta uma singela homenagem a toda história do cinema chinês trazendo referências visuais, tanto no ritmo das sequências de lutas, quanto na caracterização de alguns personagens que remetem a sucessos cinematográficos anteriores. Dessa forma, muitos adultos que apreciam as produções chinesas também poderão desfrutar de um bom entretenimento. Afinal, trata-se de uma produção voltada a toda família.

O elenco conta com as vozes originais de Jimmy O. Yang (da cultuada série "Silicon Valley"), como Rei Macaco, Jolie Hoang-Rappaport (de minissérie "Watchmen") como Lin, Bowen Yang (de "Cidade Perdida") como Rei Dragão, Hoon Lee (da versão live action de "Mulan"), como Imperador de Jade e BD Wong (de "Jurassic World - Domínio"), como Buda.

A versão brasileira traz, respectivamente, Rodrigo Andreatto (famoso por ser a voz de Alphonse Elric no anime "Fullmetal Alchemist"), Bella Chiang (mais conhecida pela novela infantil "Poliana"), Fred Silveira (que já emprestou sua voz a Luke Evans no live action de "Pinóquio" da Disney), César Marchetti (clássico dublador de Tuxedo Mask no anime "Sailor Moon") e Duda Espinoza (famoso como a voz de Chris Evans).

Com certeza "O Rei Macaco" é uma excelente atração e diversão garantida para toda a família. À audiência satisfeita, basta esperar pela já intencional continuação sugerida pela cena final, que provavelmente dependerá do sucesso que a obra alcançar...


Antonio Carlos Lemos vem escrevendo críticas de cinema e streaming na expectativa de (quem sabe?) um dia figurar entre estrelas como José Wilker e Rubens Ewald Filho.

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