Ganhador de três Oscars - incluindo Melhor Filme -, escrito e dirigido por Sian Heder, estrelado por Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin, Daniel Durant, Eugenio Derbez, com participação especial de Amy Forsyth e Ferdia Walsh-Peelo, "CODA - No Ritmo do Coração" sensibilizou o mundo e tornou-se o primeiro filme a estrear exclusivamente em plataforma de streaming que ganhou o prêmio mais cobiçado do Cinema. Mas é "isso tudo" mesmo? Bem...
A edição de 2022 do Oscar foi ofuscada por uma piada infeliz, contida por um tapa e muito mal estar depois disso. Mas antes desse bizarro incidente, houve momentos ternos e realmente emocionantes como o discurso em libras (a assim chamada linguagem de sinais) do ator Troy Kotsur em agradecimento por receber o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante em "CODA - No Ritmo do Coração". O filme ainda ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado (é baseado no filme francês "A Família Bélier", de 2014 - pois é, a Academia teve a PACHORRA de premiar um REMAKE de um filme RECENTE só porque norte-americanos não gostam de ler legendas), além do já mencionado Oscar de Melhor Filme.
Na nova trama, Ruby (Emilia Jones) é a única filha ouvinte em sua família surda - "CODA" quer dizer "Children of Deaf Adults" (filho ou filha de adultos surdos) - e ajuda no negócio de pesca da família. Mas ela ama cantar e surge uma oportunidade de estudar numa renomada universidade em outro estado justamente quando o empreendimento de seu pai enfrenta problemas financeiros e precisa da união da família para salvar o negócio da falência.
O destaque do elenco é mesmo Emilia Jones (do recente seriado "Locke & Key") com sua Ruby pois além de atuar, canta de verdade, com uma voz muito doce de se ouvir. Sua atuação é funcional, até porque não tem muito o que fazer com o roteiro que lhe foi reservado. Mas é de se admirar sua concentração para atuar falando e interpretando em linguagem de sinais. Ela é seguida de perto por Troy Kotsur, (que é realmente surdo, egresso da TV, e que fez apenas pequenos papéis em seriados como "Criminal Minds" e "O Mandaloriano") e que mereceu não só a indicação ao Oscar como também ganhar o prêmio - principalmente porque o ator é realmente surdo mas interpreta seu personagem com tanta espirituosidade que não dá para simpatizar com o pescador turrão mas de bom coração que só quer salvar o negócio da família mas não sabe exatamente como (além de ser um marujo sexualmente ativo mas completamente apaixonado pela esposa).
Já Daniel Durant (como o irmão de Ruby), Amy Forsyth (como a amiga Gertie) e Ferdia Walsh-Peelo (como o namorado Miles) estão ali apenas para servirem de apoio emocional à protagonista para criar um vínculo externo da personagem fora de seu núcleo familiar. E é de se estranhar que Ferdia Walsh-Peelo esteja estranhamente cantando bem menos do que sabe, uma vez que ele estrelou o filme "Sing Street", onde realmente cantava numa banda de adolescentes.
"CODA - No Ritmo do Coração" é um filme bonitinho feito despretensiosamente como se fosse algo destinado à TV - bem, streaming É TV agora - que alcançou um feito inacreditável mesmo sem grandes qualidades e terá o mesmo destino de "Green Book - O Guia" e "Spotight - Segredos Revelados" (que estão longe de serem filmes ruins mas estão mais longe ainda de merecerem a premiação máxima do Cinema). A mensagem do filme é mais forte e efetiva do que o próprio filme em si. É um filminho bem "nhé" e que não, não é "isso tudo". Parabéns, Academia. Nota zero...
Kal J. Moon acredita que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood precisa mudar urgentemente seu sistema de votação para que filmes melhores sejam dignos dos prêmios que recebem...
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