O sub-gênero de filmes de ação se divide em duas categorias bem distintas. Temos o "blockbuster", aquele tipo de filme estrelado por um grande astro ou estrela, com história minimamente coerente e boas cenas de tiroteio, lutas bem coreografadas e uma chance de virar continuação, gerando uma nova franquia em alguns anos.
E há também a grande safra de "filmes B" de ação, com atores ou atrizes mais ou menos conhecidos (advindos da TV ou mesmo do cinema, mas que ainda não alçaram ao posto de grande astro ou estrela), cenas satisfatórias de ação e, alguns exemplares até têm tramas melhores resolvidas que os "blockbusters", uma vez que não se há muito dinheiro para gastar em explosões, efeitos especiais ou participações especiais de luxo para encarnar o vilão.
Em ambas as categorias, é mister que haja um elemento básico: entretenimento satisfatório. Nos primeiros dez minutos de rodagem, é necessário que a audiência "compre a ideia". Se isso não ocorrer, dificilmente será um filme de sucesso. "Kraven - O Caçador" tem orçamento de "blockbuster" e deveria ter alma de "filme B de ação". Mas não consegue ser nenhum dos dois. É algo bem pior: um filme sem propósito.
Quem conhece o personagem original criado por Stan Lee (1922-2018) e Steve Ditko (1927-2018) para a revista do Homem-Aranha em 1964 sabe que trata-se de uma invenção demasiadamente unidimensional, feita apenas para servir como mais um daqueles vilões baseados em animais do Amigão da Vizinhança - sim, com o passar dos anos, fãs da nona arte puderam contemplar tramas com objetivos melhores do que "Homem-Aranha é o troféu mais valioso a ser conquistado".
Portanto, a adaptação para o cinema precisaria passar por alguma diferenciação de seu material original para que funcionasse para o público que não consome histórias em quadrinhos. Mas o que os roteiristas Richard Wenk, Art Marcum e Matt Holloway fizeram em "Kraven - O Caçador" é de corar o mais novato aluno de aulas de escrita para cinema.
Mesmo que, há mais de uma década, exista a intenção da Sony Pictures de, quem sabe, algum dia, produzir um filme do Sexteto Sinistro (para quem não sabe, desde a época em que Andrew Garfield interpretou o Cabeça-de-Teia em dois filmes), essa quantidade absurda (e desnecessária) de filmes de vilões do Homem-Aranha que não tem necessariamente alguma conexão concreta entre si (ok, a cena pós-créditos de "Morbius" até tentou estabelecer uma pequena ligação com "Vingadores - Guerra Infinita" e "Homem-Aranha - De Volta ao Lar" - porém sem qualquer consequência para esse "universo", uma vez que não existe plano de continuação para aquele filme) não está criando interesse no público em acompanhar o próximo movimento dessa narrativa para chegar à reunião desses "Vingadores Reversos". Agora, se o real objetivo é ter filmes relativamente baratos de serem produzidos que possam ver vendidos posteriormente para plataformas de streaming, isso é uma tramoia que nem o maior vilão da Marvel poderia imaginar...
"Kraven - O Caçador" não tem predicados. Seu protagonista mal aparece em tela (o filme tem duração de pouco mais de duas horas e Aaron Taylor-Johnson - cheio de caras, bocas e poses másculas - talvez não esteja em cena por nem uma hora sequer), com um monte de personagem coadjuvante completamente esquecível e uma conclusão que não serve nem como fan-service (apesar de o ser em sua essência). E não é pior que "Madame Teia" por muito, muito pouco.
Resumindo: não gaste seu dinheiro com o caro preço do ingresso dos cinemas. Nem perca seu tempo vendo isso em streaming. A vida é curta...
Kal J. Moon lembra de uma promoção de uma rádio carioca, promovendo a inclusão do cantor e compositor Serguei (1933-2018), em que o ouvinte tinha de ligar para lá e dizer "Eu quero Serguei no Rock in Rio!". (Ah, fala a verdade: você riu...)
Em todo o site, deixamos sugestões de compra geek. Deste modo, poderemos continuar informando sobre o Universo Nerd com fontes confiáveis e mantendo nosso poder nerd maior que 8.000. Afinal, como você, nós do portal Poltrona POP já éramos nerds antes disso ser legal!
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